Maranhão direciona esforços para o biodiesel

| terça-feira, 9 de setembro de 2008

Com o apoio do Governo do Estado, por meio da Fapema e da Finep, Usina Piloto de Biodiesel é inaugurada na UFMA

Um combustível 100% renovável, obtido a partir de óleos vegetais e gorduras animais. Uma excelente escolha pela substituição gradativa do diesel, derivado do petróleo, e também pela abundância de matérias-primas apropriadas para sua produção no Nordeste. Essas são apenas algumas das vantagens apresentadas pelo biodiesel.

Entre os benefícios socioeconômicos e ambientais estão a geração de emprego e renda, desenvolvimento regional do agronegócio, de um novo mercado para as oleaginosas, melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano e exploração dos recursos locais de forma sustentável. É por conta da importância estratégica dos objetivos elencados que foi inaugurada na última sexta-feira, a Usina Piloto de Biodiesel, na Universidade Federal do Maranhão.

A usina tem como objetivo pesquisar, desenvolver e aperfeiçoar tecnologias de produção de combustíveis renováveis, servindo como referência para informações à comunidade. Com capacidade de produção de 400 a 2000 litros de biodiesel por dia, a partir do babaçu e da soja, o empreendimento tem como parceiros a Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (Finep) e a Fundação de Amparo à Pesquisa ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema).

Estiveram presentes o reitor da UFMA e o coordenador da Usina, Henrique Cárdias, o diretor-presidente da Fapema, Sofiane Labidi; o superintendente do Sebrae-MA, Manoel Pedro de Oliveira Castro; o coordenador do Amazontech, José de Ribamar Morais; professores da UFMA além de representantes da Vale, Alumar e Embrapa.

O Prof. Dr. Sofiane Labidi ressaltou a importância macro do Programa Maranhão Biodiesel para a economia local: “O biodiesel surge como um impulso para alavancar o potencial maranhense para os biocombustíveis. As condições favoráveis para o plantio de oleaginosas, o clima viável e as extensas áreas podem fazer do Maranhão um grande pólo de produção e também exportador de biodiesel, já que está mais próximo dos mercados dos Estados Unidos, Japão e Europa, concluiu.

Prof. Doutor Sofiane Labidi, presidente da Fapema; o reitor da Ufma, Natalino Salgado Filho; o coordenador da Usina, Henrique Cárdias, o superintendente do Sebrae-MA, Manoel Pedro de Oliveira Castro; o coordenador do Amazontech, José de Ribamar Morais

“É função da Universidade apoiar iniciativas essenciais para o desenvolvimento tecnológico e econômico do Estado, sobretudo, sem causar danos ao meio ambiente”, destacou o reitor Natalino Salgado durante a solenidade de inauguração.

A inauguração desta Usina de produção de biodiesel é um suporte à implantação do Programa Especial de Biodiesel no Maranhão. O intuito é, a partir daí, demonstrar a viabilidade técnica, econômica, social e ambiental do agronegócio do babaçu, da soja e de outras oleaginosas locais. O laboratório funcionará, ainda, como ambiente de experimentação e ensino para os alunos do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas (CCET), como os de Engenharia Química e Química Industrial, por exemplo.

A pedido do governador do Estado a Fapema, Seagro, Uema e Sinc elaboram estudos sobre as perspectivas do biodiesel no Maranhão e, em breve, o governo do Estado lançará o Plano Estadual de Biodiesel.

A princípio, a produção do biodiesel na UFMA terá como matérias-primas óleo usado em frituras caseiras e sebo bovino. Quanto ao babaçu, é possível a utilização de seu óleo para a produção de biodiesel, mas há a possibilidade de serem aproveitadas outras partes para fabricação de etanol (álcool etílico). O Maranhão, como a maioria dos estados brasileiros, tem um forte potencial para a produção do biocombustível. Entre as várias peculiaridades vale destacar a Floresta do Babaçu, estimada em 10 milhões de hectares.

A equipe técnica da Usina Piloto de Biodiesel da UFMA é formada pelo coordenador Henrique Cárdias, pelos engenheiros químicos José Wilson da Silva, Marlus Rolemberg, Wendell de La Salles e Kátia de La Salles, pelos químicos analíticos Adailton Costa Alves e Aldaléa Marques, e pelos colaboradores José Frazão, engenheiro agrônomo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Histórico - Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) funciona o Núcleo de Biodiesel, criado em 2004, que desenvolve estudos de otimização dos processos de produção do combustível verde, a partir da soja, mamona, pinhão-manso, outras oleaginosas e ainda a partir do sebo animal. A pesquisa é coordenada pelo Prof. Dr. Fernando Carvalho Silva, do Departamento de Química da UFMA.

A indústria da energia limpa e a substituição dos combustíveis fósseis (petróleo) por combustíveis verdes, com a missão de reduzir as atuais taxas de emissão de gases poluentes na atmosfera, ainda é um processo em construção tanto no Brasil como no âmbito internacional. Por enquanto, as nações estão se ajustando para esse novo ambiente que vem se instalando mundialmente.

O governo federal tem incentivado a expansão de energia renovável no Brasil e já experimenta avanços com o Pró-Álcool, Lei do Biodiesel, Plano Nacional de Agroenergia e o Plano de Aceleração do Crescimento, o PAC.

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